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Você conhece a Diplomacia do Panda?
Por Sara Hummel

Se todas as vezes que você olha para um panda você lembra da China, eles realmente estão sendo muito bem sucedidos em seu objetivo. Apesar de terem como habitat natural as florestas das regiões montanhosas do centro da China e serem de fato um símbolo nacional, os pandas passaram a ser amados e conhecidos mundialmente, ganhando maior visibilidade e gerando muitos milhões para zoológicos ao redor do mundo, principalmente por meio de sua diplomacia
Pandas são dóceis, tranquilos e tímidos. Por esses e outros motivos é que a China encontrou no animal um símbolo de paz ideal para cooperar em suas relações no âmbito de política externa. A diplomacia do panda consiste, assim, no uso de pandas como presente ou doação à outros países como forma de estreitar as relações.
Desde 1950, esses animais passaram a ser usados como presentes diplomáticos. Tal política foi marcada pela visita do então presidente estadunidense Richard Nixon em 1972 à China, quando recebeu dois de Mao Tsé-Tung. Considerado uma espécie de “embaixador fofo”, contabiliza-se 46 pandas “diplomáticos” espalhados por 11 países.
Contudo, o uso desses animais raros como política para exercer seu soft power, ou seja, melhorar de forma sutil e doce a imagem da China no exterior, foi questionado, e, hoje, o país faz apenas empréstimos por dez anos, a um custo de 1 milhão de dólares por ano por panda .
No entanto, não é qualquer país que pode conseguir o empréstimo. A China empresta seus pandas apenas para os países com os quais mantêm fortes relações econômicas ou políticas. A partir de 2008, por exemplo, os empréstimos coincidiram com a homologação de acordos comerciais por recursos valiosos e tecnologia - entre a China e a Escócia envolvendo a venda de Salmão e entre a China e o Canadá, a França e a Austrália envolvendo acordos de comércio de Urânio.
Apesar disso, a política de diplomacia do panda continua sendo questionável. Isso porque os animais são isolados e separados de outros da mesma espécie e pesquisas apontaram que a vida em sociedade é mais benéfica aos pandas, quebrando o mito de que eles seriam animais solitários.